Sob o lema “Diga Não à Corrupção”, a Polícia Judiciária (PJ) em conjunto com a Direcção Geral das Contribuições e Impostos e da Inspecção Geral de Finanças organizou uma exposição temática denominada “Contra a Corrupção: Integridade e Transparência” que decorreu, em Maio, no átrio principal da Directoria Nacional da Polícia Judiciária, em Lisboa, e na cidade do Porto, entre os dias 12 e 30 de Junho.
O objectivo que se pretende alcançar com esta iniciativa “é a sensibilização do público para as consequências da corrupção, através de uma mensagem de prevenção acompanhada de um apelo à cidadania responsável e participativa”, pode ler-se no site oficial da PJ na Internet. Por isso, a exposição terá um carácter itinerante, passando até ao final do ano pelas cidades de Braga, Faro, Évora, Setúbal e Coimbra, regressando novamente a Lisboa, onde será encerrada no dia nove de Dezembro, data em que se assinala o Dia Internacional Contra a Corrupção.
O director nacional da Polícia Judiciária, Alípio Ribeiro, aquando da inauguração da exposição, que decorreu no mês passado na Faculdade de Direito da Universidade do Porto, afirmou que “o combate contra a corrupção é uma prioridade” na actividade daquela força policial, embora considere que a situação em Portugal “não é muito grave”. “É preciso dizer que os números portugueses não são tão disfuncionais como alguma retórica pode, às vezes, deixar parecer”, justificou o director nacional da PJ.
As estatísticas apresentadas na exposição indicam que Portugal se encontra no grupo dos países em que o controlo da corrupção se situa entre 75 e 90%, surgindo ainda o país no 19º lugar na lista de custos de corrupção nos negócios. Esta lista, que inclui 105 países de todo o mundo, é liderada pela Islândia, com 6,9 pontos, surgindo Portugal em 19º lugar, com 5,9 pontos.
Refira-se que em 2006, foram recebidas 341 participações relativas a casos de corrupção. Estes dados mostram uma variação pequena do número de casos de corrupção investigados em Portugal nos últimos anos, o que Alípio Ribeiro atribuiu ao facto das estatísticas apenas se referirem aos casos de corrupção no sentido estrito. “Temos de associar a corrupção a fenómenos de criminalidade organizada, como o tráfico de droga, a evasão fiscal ou o branqueamento de capitais e aí teremos outros números”, afirmou o responsável máximo da Polícia Judiciária.
Na nossa região, no que a esta matéria diz respeito, concretamente nos concelhos de Soure, Montemor e Condeixa, bem como na cidade de Coimbra, segundo dados a que o Preto no Branco teve acesso, foram 10 os casos de corrupção (activa e / ou passiva para acto ilícito) investigados pelas autoridades competentes desde Janeiro de 2005 até à data. De referir que, destes valores, nove aconteceram em Coimbra seguindo-se Montemor-o-Velho com um caso investigado. Ao invés, os concelhos de Soure e Condeixa-a-Nova não registam qualquer caso de investigação pela prática deste tipo de crime.
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